São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Oposição a Menem ganha força

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A Argentina é o caso mais notável de modelo de câmbio fixo em que o emprego, a produção e o grau de nacionalização da economia tornam-se as variáveis de ajuste. O resultado político é óbvio. O presidente Menem, que conseguiu a reeleição na inércia do alívio com a hiperinflação, vem enfrentando uma queda aparentemente irreversível na sua popularidade e perdeu a última rodada de eleições para a oposição.
Assim como no México, o desgaste não é apenas político ou partidário. Com o enfraquecimento do grupo no poder, voltam as denúncias pesadas de corrupção. Ou seja, revela-se uma fragilidade institucional que assusta os investidores. Por conta da confusão, ontem mesmo a IBM anunciou que desiste do contrato bilionário que tinha com um banco estatal, hoje um dos casos mais grave de corrupção na Argentina.
A fragilidade institucional aparece também na Argentina nos conflitos entre o Executivo e o Judiciário. Nos últimos meses, o governo Menem vem enfrentando resistências crescentes, nos tribunais, aos seus projetos de privatização.
A situação ficou tão grave na Argentina que o Fundo Monetário Internacional achou melhor esperar pelo fim das eleições para poder negociar seriamente um pacote de US$ 3 bilhões para ajudar o país a enfrentar a crise atual.
(GS)

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