São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Ajuste foi em troca de US$ 23 bi

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

US$ 23 bilhões. Esse é o pacote que o Fundo Monetário Internacional está oferecendo à Indonésia, mobilizando ainda recursos da China, Hong Kong, Japão, Malásia e Cingapura. O próprio Michel Camdessus, diretor-gerente do FMI, afirmou na semana passada que agora os números importam menos que a mera manifestação de solidariedade. A Indonésia é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Politicamente, a situação na Indonésia chegou a tal ponto que o ministro de Assuntos Sociais pediu ontem ao filho do presidente Suharto, Bambang Trihatmodjo, que retire suas acusações contra o governo e as autoridades monetárias do país pela decisão que levou ao fechamento de seu banco.
É pura tragédia de país emergente sem instituições transparentes, em que se misturam aspectos políticos e familiares em plena crise financeira global.
O governo alega que a rupia, a moeda mais afetada pelo contágio tailandês, poderia ganhar credibilidade se o filho do presidente abrisse mão de recuperar seu banco. Este contra-ataca e diz que o grupo instalado no Banco Central quer destruir seu poder político.
É um problema político típico dos pacotes de ajuste preconizados pelo FMI, que exigiu o fechamento de 16 bancos como condição para começar a ajudar o país.
(GS)

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