São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Tung pode subir mais os juros

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A queda na Bolsa de Hong Kong abalou fortemente Wall Street. Uma nova crise produziria um "crash" total? Se isso for verdade, estaremos diante do mais formidável e inquietante paradoxo do século 20: o destino do capitalismo e de muitas democracias ocidentais dependeria da política econômica de uma sociedade totalitária e híbrida, comunista com enclaves mercantilistas.
Ontem, o líder escolhido pela China para administrar o território de Hong Kong, Tung Chee-hwa, fez novamente soar o alarme. Ele afirmou que os juros poderão subir no futuro imediato para viabilizar a defesa da taxa de câmbio contra especuladores. Ou seja, a pressão contra a moeda continua e o custo de protegê-la vai provavelmente subir.
A elevação dos juros é, novamente, o caminho correto do ponto de vista dos manuais de macroeconomia. Mas a defesa da moeda com alta dos juros afeta o retorno dos bancos. Nos últimos anos Hong Kong viveu uma extraordinária corrida imobiliária. Juros altos inviabilizam o setor. E a defesa da moeda abala o sistema bancário. Ainda assim, a crise em Hong Kong revela também os limites da política. Afinal, Tung fala só em alta dos juros. Por enquanto, duras medidas fiscais ou de privatização não parecem passar pela cabeça dos ditadores chineses.
(GS)

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