São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Coreanos estão na mira do FMI

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Desde a semana passada, a Coréia do Sul está na mira do Fundo Monetário Internacional e dos especuladores, correndo o risco de ser a "bola da vez". Mas o país tornou-se também, nos últimos anos, um dos exemplos de esgotamento de um modelo exportador quando os salários começam a subir, consequência ao menos em parte da democratização.
Assim, não é mera coincidência que os coreanos, como os argentinos ou os mexicanos, subitamente comecem a descobrir casos escabrosos de corrupção entre as mais altas lideranças do país, tanto políticas quanto empresariais.
O governo já vem adotando as medidas clássicas de contenção para segurar o won. Aperto de liquidez, elevação das taxas de juros e abertura da economia aos poucos vão sendo implementadas.
O caso mais recente de desagregação, aliás com impacto no Brasil, foi a quebra do grupo Kia, afinal incorporado pelo governo no mais tradicional estilo asiático de solução de problemas.
Mas o drama político coreano tem um ingrediente único: os conflitos geopolíticos com a Coréia do Norte, que aliás se agravaram nos últimos meses. A divisão da península é um dos últimos resquícios da Guerra Fria no mundo. A defesa do won, portanto, assume para as potências ocidentais um significado especial.
(GS)

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