São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Ieltsin convida Jiang para fim-de-semana

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADOS ESPECIAL

O presidente Ieltsin convidou e o "amigo" Jiang Zemin aceitou. Trata-se de um convite para uma reunião informal entre os dois na Rússia e o único detalhe já acertado sobre a data é que deve ocorrer num fim de semana.
Ieltsin promove o que chama de "diplomacia entre amigos". No começo deste mês, reuniu-se com o primeiro-ministro japonês, Ryutaro Hashimoto, para um final de semana na cidade siberiana de Krasnoiarsk.
O anfitrião russo sugeriu então que nenhum dos líderes vestisse gravata. Hashimoto, apesar da conhecida formalidade japonesa, aceitou o desafio Ieltsinista.
Também com Jiang Zemin, Ieltsin se esforça para criar laços de amizade. O presidente chinês aproveita a chance, pois não conseguiu, em sua recente visita ao EUA, quebrar o gelo que cerca o seu relacionamento com o presidente norte-americano, Bill Clinton.
Ontem, na entrevista coletiva, Jiang e Ieltsin disseram também estar unidos pelo "amor" que têm por seus netos. "Ieltsin é um velho amigo, toda vez que nos encontramos é um momento feliz", disse o presidente chinês.
Jiang fala russo. Morou na então URSS dos anos 50 quando fez um estágio como engenheiro numa indústria automobilística.
Aquela década representou a lua-de-mel entre a URSS e a China. Moscou prometia apoio ao regime comunista de Mao Tse-tung, que havia chegado ao poder em 1949.
Mas, nos anos 60, a URSS e a China mergulharam na disputa pela liderança do movimento comunista mundial. Pequim acusava Moscou de "imperialismo socialista".
A divisão levou a China a se aproximar dos EUA. Era uma aliança de regime de adversários, unidos por terem um inimigo em comum: a URSS.
Com o fim da Guerra Fria, Moscou voltou a se aproximar de Pequim. Um momento histórico da reaproximação foi a visita, em 1989, do então presidente soviético Mikhail Gorbatchov à China.
Gorbatchov se encontrou com Deng Xiaoping, o arquiteto das reformas econômicas pró-capitalismo, implementada pelo PC chinês desde 1978. Deng morreu em fevereiro passado.
(JS)

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