São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
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Comerciante é solta sem pagar resgate

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A comerciante Cíntia Aparecida Ferraz, 20, foi libertada ontem de manhã na Vila Santa Maria (zona norte de São Paulo) após passar sete dias em cativeiro.
Ela foi solta sem pagamento de resgate pelos sequestradores porque sua família conseguiu convencê-los de que não tinha dinheiro.
Cíntia é mulher do comerciante Arnaldo José Mamprim, 22, acionista minoritário da rede de restaurantes Frango Assado. Ela foi sequestrada em 5 de novembro passado, em Louveira (75 km a noroeste de São Paulo).
A comerciante estava em um bar com Mamprim. Ela saiu sozinha do local dirigindo o Palio Weekend carro do comerciante. Num acesso à rodovia Anhanguera, Cíntia foi fechada por outro carro.
Os sequestradores desceram, apontaram uma arma para a cabeça de Cíntia, que teve os olhos vendados e foi colocada no banco traseiro de um outro carro. A comerciante disse não poder identificar o veículo dos sequestradores.
Um dia depois, Mamprim recebeu a primeira ligação dos criminosos. Pediram um resgate de R$ 1 milhão e exigiram que imprensa e polícia fossem afastados do caso.
Durante a negociação, a família tentou fazer uma contraproposta, mas os sequestradores não aceitaram abaixar o valor do resgate. Então, Mamprim os convenceu de que não tinha o dinheiro exigido.
Na manhã de ontem, os sequestradores disseram à comerciante que iriam libertá-la porque ela não tinha dinheiro. Cíntia foi novamente vendada e colocada no banco traseiro de um carro.
Ela também não soube identificar esse veículo. Os criminosos a soltaram em uma rua da Vila Santa Maria que a comerciante não guardou o nome. Ela caminhou até apanhar um táxi para reencontrar a família em Louveira.
Segundo a Delegacia Anti-Sequestro, Cíntia disse que não tinha condições de saber quantas pessoas participaram do sequestro e que não poderia reconhecê-las.
A polícia desconfia que a comerciante foi levada pelos sequestradores no lugar de Mamprim. Eles teriam parado o carro do comerciante sem perceber que o veículo estava sendo dirigido por Cíntia.
A polícia deverá tomar oficialmente o depoimento da comerciante nos próximos dias.
Até ontem, já haviam acontecido 15 sequestros neste ano em São Paulo. Desses, a polícia afirma haver esclarecido nove casos.

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