São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Governo reduz verba de publicidade

Administração direta sofre cortes

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu cortar as verbas destinadas à publicidade oficial. O anúncio foi feito ontem pelo secretário de Comunicação Social da Presidência, Sergio Amaral. Os cortes serão feitos nas verbas previstas tanto para este ano quanto para 1998.
As reduções nos gastos com publicidade oficial do governo foram determinadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em conversa com Amaral, anteontem. O governo estava sendo criticado até mesmo por parlamentares de sua base de sustentação por conta dos gastos excessivos com a divulgação de sua imagem.
Previsão de gastos De acordo com levantamentos obtidos pela Folha, o governo poderá gastar até R$ 491 milhões com publicidade este ano.
No ano passado foram gastos R$ 475 milhões. Desse valor, foram destinados R$ 115 milhões para a publicidade dos órgãos diretos (ministérios e fundações) e outros R$ 360 milhões para as estatais. Do total das estatais, R$ 120 milhões foram em propaganda institucional (que divulga a própria empresa ou o governo).
"Os cortes serão substanciais, mas não serão lineares", afirma Amaral. "Temos que ver, caso a caso, quais cortes podem ser feitos para não comprometer programas essenciais, como os das áreas de saúde e educação", disse.
Como secretário de Comunicação, Amaral só pode interferir nos gastos da administração direta. As estatais têm que tomar a decisão de fazer cortes por meio de suas diretorias.
Amaral disse que um dos programas de divulgação afetado será o do "Brasil em Ação", que teria verba de R$ 7 milhões este ano e R$ 26 milhões no ano que vem. "Ele também será cortado", afirmou.
O secretário disse que a decisão de diminuir os gastos com a publicidade do governo estava tomada antes mesmo de o governo baixar as novas medidas econômicas. "Diante da nova realidade, vamos aumentar os cortes", afirmou.

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