São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Mesmo com baixa, Arapuã não muda

Vendas no Natal podem melhorar situação

DA REPORTAGEM LOCAL

A família Simeira Jacob, que detém cerca de 55% do capital total da holding Simeira Comércio e Indústria, que controla a Arapuã, foi a que mais perdeu com a queda das ações da rede de lojas, de 85% de janeiro até a última quarta-feira.
"Os acionistas estão sofrendo, mas nada mudou na empresa", diz Massaru Kashiwagi, diretor financeiro e de relações com o mercado da Arapuã. Há alguns meses, o lote de mil ações estava cotado de R$ 9 a R$ 10. Nos últimos dias, já estava entre R$ 3 e R$ 4.
Se o acionista perde, diz Kashiwagi, a empresa perde prestígio, mas isso não altera o seu desempenho operacional. O que pode abalá-la, na sua análise, é a queda nas vendas, a inadimplência e os juros altos.
No primeiro semestre deste ano, a Arapuã teve prejuízo de R$ 35 milhões. Para o ano, espera prejuízo ainda maior.
A Arapuã, diz ele, ainda está avaliando os efeitos do pacote fiscal editado pelo governo e daqui a duas semanas terá uma idéia mais clara do impacto sobre a empresa.
"Mas, com certeza, se for criado um clima de recessão, a atividade econômica de fato vai cair e o consumo, despencar."
Kashiwagi considera, no entanto, que o Natal vai melhorar os negócios. "É provável que seja mais fraco do que o do ano passado, mas vale lembrar que 96 foi extraordinário."
A Arapuã, que faturou R$ 2,2 bilhões em 96, já espera faturamento menor para este ano. Kashiwagi diz que o prejuízo contabilizado também decorre de uma mudança de critério de avaliação de perdas.
Até o ano passado, a empresa reconhecia como perdas os atrasos no pagamento depois de 180 dias. Agora, no ato da venda, faz uma estimativa de perda futura e contabiliza no resultado.

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