São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Bolsa de Valores de São Paulo teve 3 quedas no passado, todas de 89%

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

A queda do Índice Bovespa atinge 40,7% desde o pico de alta neste ano, no dia 8 de julho, antes da deflagração da crise asiática.
É menos da metade das três grandes débâcles anteriores no país, todas, curiosamente, com declínio de 89% entre o pico e o fundo do poço.
Essa é a conclusão de um trabalho da Economática, empresa de software, em cima da série de 30 anos do Ibovespa corrigido pelo IGP-DI, ou seja, pela inflação.
Os períodos da queda, entretanto, foram cada vez mais curtos. A crise de 71, com mercado ainda incipiente e manipulado, durou 116 meses de altos e baixos.
A segunda grande queda, após a decretação do Cruzado, teve duração de 20 meses. O pico foi abril de 86, e o fundo do poço, dezembro de 87.
O mercado subiu até abril de 89, quando os episódios envolvendo o investidor Naji Nahas e a Bovespa, julgados recentemente, derrubaram a Bolsa até março de 90. O declínio chegou a 11 meses.
Naquela época houve forte influência também da conjuntura econômica (hiperinflação) e política. A eleição presidencial de 89 colocou frente a frente, no segundo turno, Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva.
A queda atual, sob o efeito-Ásia, é bem menor, de 40,7% -pelo menos até ontem-, mas desde o pico de julho passaram-se apenas quatro meses. Em setembro, a Bolsa até se recuperou.
A grande diferença entre as quatro crises é que as anteriores foram circunscritas ao país. A atual tem escala global.
A outra diferença, entre a repetição dos 89% e os 40,7% de agora, pode ter duas leituras. Uma positiva -o mercado já enfrentou coisa pior- e outra negativa -o fundo do poço pode estar longe.
É possível, entretanto, que a queda pare por aí, embora a Bolsa continue volátil. Praticamente todas as ações estão abaixo do seu valor patrimonial.
Telebrás já chegou a R$ 93 e fechou ontem a R$ 100 o lote de mil. O valor patrimonial (setembro) está em R$ 98,90.

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