São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Banco Central nega que esteja negociando acordo com o FMI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, negou ontem que o Brasil esteja negociando acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "É puro devaneio", disse Pinho Neto, referindo-se a boatos que na véspera circularam no mercado financeiro sobre uma possível negociação que o governo estaria conduzindo com o organismo.
O suposto acordo com o FMI também foi desmentido ontem pelo presidente do BC, Gustavo Franco, em entrevista a jornalistas estrangeiros.
Franco disse que o governo não cogita nenhum acordo com o Fundo e que o pacote fiscal anunciado não enfrenta crise de credibilidade que justifique a procura de retaguarda junto ao organismo.
Franco disse ainda não saber que tipo de medida o FMI pudesse sugerir que não tivesse sido implementado pelo governo.
A assessoria de imprensa do BC vinculou os boatos sobre o acordo à visita que os técnicos do organismo fizeram ao país na semana passada e aos novos encontros marcados para a próxima semana.
Segundo a assessoria do BC, os enviados do FMI estiveram no Brasil para recolher informações rotineiras sobre a economia -como, de resto, fazem anualmente em todos os países-membros.
Com a edição do pacote fiscal, na segunda-feira passada, boa parte das informações recolhidas pelo FMI teria ficado defasada. A atualização dos dados econômicos seria o motivo da nova visita, segundo a assessoria do BC.
O deputado Roberto Campos (PPB-RJ) disse que o suposto acordo com o FMI poderia ser interpretado como um mal sinal pelos investidores estrangeiros. Segundo ele, como o Brasil sempre hostilizou o Fundo, um acordo seria interpretado como um sinal de fraqueza.

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