São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Governo vai poupar médicos de demissão

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai poupar médicos, professores e orientadores educacionais na demissão de 33 mil servidores públicos sem estabilidade, prevista para janeiro.
Segundo Claudia Costin, secretária-executiva do Ministério da Administração, o governo pretende preservar servidores de áreas como educação, saúde e reforma agrária, consideradas prioritárias.
A demissão de 33 mil dos 55 mil funcionários públicos não estáveis foi anunciada pelo governo na última segunda-feira, como parte do pacote fiscal.
A edição do decreto com os critérios para as demissões deverá ser assinado na sexta-feira da semana que vem, de acordo com Claudia Costin. A maioria dos cortes será nas atividades meio, cargos de suporte administrativo.
A Folha apurou que o Ministério da Administração mudou um dos critérios gerais anunciados. Não será levado em consideração nas demissões o inchaço de servidores em determinados órgãos da União.
A idéia era demitir todos os funcionários de um determinado cargo num órgão escolhido. Agora, o ministério vai selecionar uma função e cortar todos os servidores não estáveis daquela atividade, não importando o lugar em que eles trabalham.
Os cadastros de cada não estável estão sendo examinados, e os cargos escolhidos, para a conta fechar em 33 mil servidores públicos.
Com isso, os técnicos do ministério querem evitar problemas judiciais e redistribuições de servidores de última hora.
Sobre a ameaça feita por sindicatos de servidores de ocupar os órgãos onde houver demissão, Claudia Costin disse que é natural a "inquietude" no meio sindical.
"Esse remédio é amargo. Os servidores estão sendo demitidos porque não há como pagar. A demissão de não estáveis não faz parte da reforma do Estado. É uma contingência diante dos problemas econômicos", afirmou Costin. Ontem, foi publicada no "Diário Oficial" da União portaria que suspende a transferência de funcionários entre os órgãos.

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