São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997 |
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Argentina antecipa o lançamento de pacote de medidas na área fiscal LÉO GERCHMANN LÉO GERCHMANN; LUCAS FIGUEIREDO
LUCAS FIGUEIREDO A Argentina já prepara o lançamento de um ajuste fiscal para os próximos dias, antecipando as previsões de que isso só ocorreria em março devido à possibilidade de haver repercussões políticas negativas. Em reunião ocorrida anteontem entre funcionários do Ministério da Economia e parlamentares da situação, o governo pediu para ter "superpoderes" a fim de aumentar alíquotas de impostos sem a necessidade de aprovação no Congresso. A solicitação foi confirmada pelo ministro Roque Fernández, que está em Bariloche para participar de colóquio empresarial sobre o Mercosul. O governo só não tomou uma atitude ainda para conter a queda nas Bolsas e a crise econômica porque recentemente fez promessas eleitorais segundo as quais não haveria "tarifaço". As eleições ocorreram no último dia 26. Reflexo A continuidade da queda nas Bolsas e a avaliação de que o pacote brasileiro não está sendo suficiente podem, porém, antecipar o anúncio. O índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, abriu ontem em 0,01% negativo e fechou com alta de 2,94%. Os primeiros impostos que deverão ter aumento de alíquotas são os que incidem sobre os lucros (de 33% para 37%) e os que incidem sobre os combustíveis. Analistas econômicos ouvidos pela Folha disseram que, no momento em que o governo anunciar um pacote, haverá o argumento segundo o qual existe uma crise externa com repercussões internas e, por isso, não havia outra alternativa. Estabilização cíclica O primeiro sinal de que as medidas poderão ser tomadas antes ainda do mês de março foi dado ontem pelo secretário argentino de Indústria e Comércio, Alieto Guadagni. "A Argentina tem os horizontes abertos para um ajuste fiscal", disse. O ministério da Economia, mesmo confirmando o pedido aos parlamentares governistas, ainda nega que haverá aumento de impostos. "Este instrumento serviria para conseguir uma estabilização cíclica, mas não quer dizer que vamos subir os impostos", afirmou o vice-ministro da Economia, Carlos Rodríguez. Alguns analistas econômicos, como Marcelo Bonelli, consideram o reajuste fiscal iminente por ser "inevitável". Os economistas Roberto Lavagna e Adolfo Sturnegger cogitam ainda que poderão ocorrer cortes no orçamento. Texto Anterior: Começa o corte na Eletrobrás e na ECT Próximo Texto: Oposição quer evitar 'efeito caipirinha' Índice |
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