São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Financeiras enfrentam queda de 70% a 80% nos negócios

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os negócios das financeiras caíram de 70% a 80% desde que o governo dobrou as taxas de juro, segundo a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).
As taxas cobradas nos financiamento, que estavam em torno de 3% a 4%, saltaram para 5%, em média.
Outra consequência do encarecimento do crédito é que os prazos já encolheram.
O prazo máximo dos financiamentos de automóveis era de 36 meses -chegava a 42 meses em alguns casos- e agora caiu para 24 meses.
A Acrefi não dispõe de números consolidados de seus associados. As estimativas resultaram de uma reunião de diretoria realizada ontem.
Segundo o presidente da Acrefi, Manoel de Oliveira Franco, os negócios encolheram mais no financiamento de veículos novos.
"O principal destaque antes da elevação dos juros era o financiamento de carros populares. E os consumidores eram aqueles que tiveram acesso ao mercado a partir da redução de taxas e alongamento dos prazos. Com a elevação dos juros, essa fatia da população foi expulsa do mercado de consumo novamente", afirmou Franco.
Ele acredita que, mesmo com o atual nível de juros, haverá uma recuperação parcial.
"Passada essa fase inicial, os negócios devem ficar próximos à metade do que eram", disse.
Se o governo cumprir o que sinalizou e decidir reduzir os juros dentro de dois ou três meses, outros fatores estarão emperrando o desenvolvimento do setor de crédito, em sua avaliação.
"Estamos prevendo um cenário de recessão, desemprego e crescimento da inadimplência em função da elevação dos juros e do pacote fiscal", disse Franco.

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