São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Assassina vira alvo em mostra

ALVARO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um dos itens mais quentes da polêmica exposição londrina "Sensation", aberta até 28 de dezembro na Royal Academy of Arts, é o retrato de uma assassina serial.
A mostra utiliza policiais para comprovar idade dos visitantes -numa "galeria proibida"- e para proteger a gigantesca tela "Hindley", de Marcus Harvey, retrato da serial killer Myra Hindley, condenada pela Justiça inglesa à prisão perpétua, em 1966. Por causa dos protestos gerados pela exibição do quadro, a criminosa viu minguar as chances de ter sua pena relaxada.
"Myra", realizada com centenas de impressões digitais de crianças, tornou-se alvo de tintas e ovos. Retirada e restaurada, a obra voltou sob um plástico transparente e policiamento.
Hindley e seu amante, Ian Brady, gravavam em fitas sons da agonia das crianças que matavam.
Myra parece ampliar assim sua influência no meio artístico. Drag queens já a personificaram em shows, e, há alguns anos, ela tornou-se tema de música da banda de rock The Smiths, em seu primeiro álbum. A canção, "Suffer Little Children", quase foi parar nos tribunais.
"Sensation" -com 110 obras de 42 artistas- provocou a renúncia de membros conservadores da direção da academia e trouxe o maior público da instituição nesta década. Além de "arte mórbida", aborda questões como degradação do meio ambiente e transgressões na área da genética.
Na galeria proibida para menores há, entre outras obras, um imenso painel composto de centenas de imagens de erotismo mórbido, envolvendo crianças e adultos mortos.
(AM)

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