São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Matadores ganham fôlego nas telas

ALVARO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Verdadeiro subgênero da indústria do cinema, o filme de serial killer tem ganhado sangue novo nos últimos tempos.
Migrando de seu reduto preferido -os EUA- para a Europa e a América Latina, o tema aumenta sua gama de registros.
A 21ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, encerrada no último dia 31 de outubro, exibiu assassinos seriais com três sotaques diversos.
O mais polêmico é o jovem Peter de "Funny Games - Violência Gratuita", produção austríaca dirigida por Michael Haneke. O filme, que será lançado este mês nas salas de cinema de São Paulo, tem provocado uma discussão sobre violência que o filia ao clássico "Laranja Mecânica", de Stanley Kubrick.
Trata-se de refilmagem do norte-americano "Lua-de-Mel de Assassinos" (de Leonard Kastle, 1970), filme que também foi referência para o virtuosístico "Assassinos por Natureza", dirigido por Oliver Stone (94).
A Mostra exibiu ainda o francês "Doberman", de Jan Kounen, que mergulha no underground parisiense para acompanhar um matador "com raízes na tradição francesa de criminosos como Vidocq", conforme o catálogo da competição.
Enquanto isso, Hollywood faz de tudo para ter Brad Pitt perseguindo psicopatas na continuação de "Seven" (95), um registro já clássico do filme de serial killer.
Pitt encarnou antes o outro lado da lei, como um assassino serial em "Kalifornia" (93). No "mainstream" norte-americano, o maior sucesso ainda é "O Silêncio dos Inocentes", de 91.
O título mais engraçado é assinado por John Waters, com Kathleen Turner como criminosa e dona-de-casa ("Mamãe É de Morte", 94).
Inspirado no assassino Edward Gein, o paradigma absoluto é "Psicose" (1960), do mestre Alfred Hitchcock, que, num de seus últimos títulos ("Frenesi", 72), nos deu mais um "tour de force" sobre o tema. A análise mais contundente ainda é a de "Retrato de um Serial Killer" (EUA, 86).
O Brasil tem um estuprador e matador muito lembrado este ano, por ter ganhado liberdade na vida real e cópia nova no cinema: "O Bandido da Luz Vermelha" (68), de Rogério Sganzerla.
(AM)

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