São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Para roteirista, criação é uma forma de psicanálise

LÚCIA NAGIB
DA ENVIADA ESPECIAL

Depois de ver "Affliction", nada mais instrutivo do que assistir à "masterclass" de Paul Schrader no National Film Theater de Londres. Schrader resumiu o seu método de trabalho, mais parecido com psicanálise do que com criação artística. Segundo ele, "a arte é uma metáfora para os problemas de alguém".
Assim, o primeiro passo do roteirista é encontrar um problema que o aflija. Em seguida, buscar uma metáfora para esse problema.
Após encontrar a metáfora, o passo seguinte é desenvolver a trama. Nesse processo, Schrader sugere fazer um teste: "Vá com um amigo a um bar e comece a contar a história do filme. Interrompa e vá ao toalete. Quando voltar, mantenha-se em silêncio. Se o amigo não lhe pedir para continuar, é porque sua trama não presta".
Esquematizada a trama, o roteiro vai para o papel. O último passo é a redação final, que inclui exposição e diálogos. Tudo pronto? Nada disso, diz Schrader. "Quando você termina de escrever uma cena, com perfeita ordem e lógica, inverta tudo e verá que fica muito melhor. Pois a vida não tem ordem nem lógica".
(LN)

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