São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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TRECHO

"O queixo pontudo, as sobrancelhas espessas, a barba rala... Ele lhe lembrava alguém... A imagem fez-se mais clara, e Mojica pôde ver o rosto da figura.. Não, não era possível! Não podia ser! Olhou fixamente para o homem e confirmou o que temia... Era ele próprio! Mas como podia ser? Existiriam dois Mojica? Sem dizer nada, o clone o pegou pelos braços e começou a arrastá-lo pelo terreno acidentado. Não era um jardim, mas um cemitério! Mojica foi arrastado por entre sepulturas, gritando em desespero. O clone parou em frente a uma cova aberta. Mojica levantou os olhos e leu a inscrição na lápide: JOSÉ MOJICA MARINS - 1936 - ....
Num reflexo, fechou os olhos para não ler a data da morte. O clone começou a empurrá-lo para a cova aberta...
Acordou empapado de suor. Rosita o abraçava. (...) Sozinho com seus pensamentos, Mojica pôde analisar o sonho com mais frieza... Que cena! Que dramaticidade! Se conseguisse passar para um filme um décimo da força daquela cena, faria um filme genial!"

(trecho de "Maldito - A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão")

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