São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Helsinque sedia mostra de Andy Warhol

AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A HELSINQUE

Uma década depois de morto, Andy Warhol (1928-1987) parece mais vivo do que nunca. O Kunsthalle Helsinque sedia até domingo a mais extensa exposição que já desembarcou nos países nórdicos de obras do pai do pop.
Mais de 200 telas e objetos ocupam o impecável andar único para mostras da casa de cultura da capital finlandesa. A retrospectiva não poderia ter formato mais didático. Agrupa os principais períodos da arte de Warhol, com praticamente tudo de obrigatório.
A mostra abre e fecha com momentos distintos da série "Shoes" (Sapatos). Logo na primeira parede, encontram-se os mistos de gravuras e colagens realizados com rara simplicidade no início dos anos 50. O círculo se completa, duas centenas de peças depois, com a irônica versão pós-pop do mesmo imaginário.
As telas surgem agora brilhantes, ostentando grifes de calçados e salpicadas de pó de diamante.
O impulso de serialização marca presença já em telas do final da década de 50. A apropriação de ícones da sociedade de consumo de massa, com as séries dedicadas à Coca-Cola, a Brillo e às sopas Campbell, ocupa o segundo salão principal. Marilyn e Mao, em suas mais variadas versões, também ocupam espaço nobre.
A mais longa parede da exposição, na sala central, ostenta um conjunto menos famoso, mas de estrondoso impacto: os "Dez Retratos de Judeus do Século 20" (1980). Warhol orquestra com jogos de traços e cores seus comentários curiosamente respeitosos a figuras do porte de Einstein, Freud, Kafka.
A cultura de massas é celebrada pela inclusão do compositor George Gershwin e dos irmãos Marx.
Outra raridade é a série de telas para crianças feitas em 1983 por encomenda do marchand austríaco Bruno Bischofberger. São versões reduzidas e agrupadas em dípticos (espécies de placas).

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