São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Escola pede nova arquitetura

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

"Esqueça as terríveis filas de carteiras, lousas empoeiradas e corredores com armários. Quando se trata de escolas, o arquiteto Steven Bingler prefere o bernardo-eremita", diz o jornal -bernardo-eremita é um crustáceo que usa conchas de caramujos como sua própria casca.
A empresa de Bingler, Concordia Incorporation, constrói escolas que encaram toda a comunidade em que estarão como recurso educativo. Por que pagar por novos prédios escolares quando os alunos podem dividir espaço com as bibliotecas museus e zôos? "Ele chama isso de visão do bernardo-eremita: encaixar a escola numa estrutura que já existe", relata o "Journal".
Essas escolas economizam nos custos de construção e administração. Segundo o "Wall Street", a escola de segundo grau que Bingler construiu para o museu Henry Ford, em Dearborn, Michigan, custou US$ 5.500 por aluno. "Os custos vão subir quando novas classes tiverem de ser introduzidas, mas mesmo assim devem ficar significativamente mais baratos do que a média normal de US 17,5 mil por estudante".
O jornal observa ainda que os novos prédios oferecem um ambiente estimulante, baseado em pesquisas de ponta na área. O professor Howard Gardner, por exemplo, ficou famoso por defender a tese das múltiplas inteligências que precisam ser desenvolvidas por professores. "Ele acha que as escolas deveriam imitar os museus infantis, que oferecem atividades capazes de fazer as crianças pensar, experimentar e observar", diz o jornal.
Aprender fazendo, segundo os neurocientistas, desenvolve mais eficazmente as redes de neurônios necessárias para pensar.
"Isso é um campo muito fértil para arquitetos", disse ao diário Renate Caine, professora de pedagogia na Universidade do Estado da Califórnia em São Bernardino.
Bingler, antes de decidir como construir uma escola, junta pelo menos cem pessoas -professores, pais, alunos e outros membros da comunidade- num processo de planejamento de nove meses.
"Os garotos sempre dizem: faça coisas reais", disse Bingler ao "Wall Street". "As melhores experiências educativas não ocorrem nas salas de aula."

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