São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Financiamento ilegal hoje é inevitável, diz estudioso

DA "REUTERS"

O FBI interroga o presidente dos EUA. Os escândalos pipocam na Itália. E da África do Sul ao Reino Unido, o mundo da política tem suas finanças cada vez mais examinadas.
Poucos assuntos excitam todos os políticos em todos os países, mas o financiamento dos partidos está cada vez mais atraindo interesse, com leis sendo desrespeitadas, escândalos estourando e cabeças rolando.
"Todos estão sofrendo do mesmo problema: o dinheiro faz a política acontecer e ele nunca é demais", diz o professor Jim Bulpitt, da Universidade Warwick (norte da Inglaterra).
"Nenhum partido de massa consegue arrecadar o dinheiro necessário para as técnicas eleitorais usadas hoje. Então você procura pessoas com mais dinheiro do que o candidato médio dos partidos: indivíduos muito ricos, sindicatos e corporações", diz Bulpitt. "E a acusação que pode ser usada -a de que não existe almoço de graça- será sempre negada. O jogo é esse."
Mas o jogo está melando rapidamente no Reino Unido, onde o premiê Tony Blair viu a sua lua-de-mel com os eleitores acabar na semana passada por causa de fortes alegações, veementemente negadas, de que um magnata do automobilismo doou dinheiro ao seu Partido Trabalhista e, em troca, ganhou uma lucrativa mudança na política do governo.
"O dinheiro tem um papel cada vez mais importante na política. E há cada vez mais gente de olho no que os políticos estão fazendo", afirma Bulpitt. "Isso tudo é muito insatisfatório, mas é difícil achar uma alternativa que satisfaça a todos."

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