São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Grávida pode ter sido morta fora do carro

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Elisângela Rodrigues Cardoso, 19, grávida de sete meses, pode ter sido morta fora do carro dirigido por seu marido, Marcos Cardoso, 23, ou em seu interior, mas antes do lugar apontado pelo rapaz como o local onde o casal teria sido abordado por dois assaltantes, em Diadema (Grande SP).
Essas hipóteses foram sugeridas a partir da reconstituição iniciada anteontem à noite com base nas informações da única testemunha do caso até ontem à tarde, o bombeiro Laércio Tadeu de Araújo.
Elisângela foi morta na última quarta-feira dentro do Fiat Uno de seu marido, por volta das 20h30, entre Diadema e São Bernardo.
Segundo Cardoso, ele e sua mulher teriam sido abordados por dois ladrões em um semáforo da avenida Fábio Eduardo Ramos Esquivel, em Diadema.
Os assaltantes, que teriam se sentado no banco traseiro, teriam atirado porque Cardoso olhou para trás quando passavam pela alça de acesso à via Anchieta. Um segundo tiro teria sido disparado no acostamento da rodovia. Os dois disparos acertaram a cabeça de Elisângela. Os homens teriam fugido a pé.
Segundo o delegado encarregado do caso, Guerdson Ferreira, o bombeiro diz ter visto um único homem em um Fiat Uno jogando uma bolsa para fora do veículo, na avenida Esquivel. Ele anotou a placa do carro -a mesma do Uno de Cardoso.
"Na reconstituição do bombeiro, o carro de Cardoso não entrou na Anchieta. A bolsa teria sido arremessada em direção ao córrego que divide as duas pistas da avenida Esquivel", afirmou o delegado.
Segundo ele, o bombeiro disse ter estranhado o Uno dirigido em alta velocidade em uma avenida movimentada. "Inicialmente, a testemunha disse ter acompanhado de vista o carro. Em seguida, passou a persegui-lo, principalmente depois que a bolsa foi jogada. Na rua Vergueiro, o bombeiro desistiu da perseguição e voltou para apanhar a bolsa", disse.
Segundo o delegado, a reconstituição do bombeiro mostraria que o Uno de Marcos Cardoso teria passado em alta velocidade e com apenas um ocupante pelo local apontado por ele como sendo o lugar da abordagem dos ladrões -um semáforo próximo ao frigorífico Marba, na avenida Esquivel.
"Portanto, a moça pode ter sido assassinada antes do local apontado por seu marido como sendo o ponto do assalto. Pelo fato de não ter sido encontradas cápsulas dentro do carro, há a possibilidade de a vítima ter sido morta fora do veículo. Não há marcas de tiro no carro. Mas, nesse caso, o marido diz que houve apenas dois tiros -ambos acertaram a moça. Por enquanto, há hipóteses. Precisamos de laudos complementares."

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