São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997 |
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EUA pode adotar coquetel no dia seguinte
BETINA BERNARDES
O médico coordenou o programa de prevenção à Aids na cidade de São Francisco (Califórnia) de 85 a 90, ainda início da epidemia no país. Ele partiu de Brasília ontem, após fazer uma das conferências de abertura do 2º Congresso de Prevenção a Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Rutheford é professor da Universidade da Califórnia. Em São Francisco, está sendo pesquisado o uso do coquetel contra a Aids como uma forma de prevenção. Se a pessoa teve, por exemplo, uma relação sexual considerada arriscada (sem uso de preservativo e com alguém que pode estar com o vírus HIV), ela começa a tomar o coquetel no dia seguinte como uma forma de prevenir a infecção. "Isso está sendo pesquisado agora e ninguém sabe quais serão as respostas. Talvez funcione, talvez não. Há um lado bom e um ruim", disse o médico. "Do lado bom, talvez tomar as pílulas funcione e as pessoas não fiquem infectadas pelo HIV. Do lado ruim, o vírus pode não ser eliminado, desenvolver resistência muito mais cedo que ao longo da doença e a pessoa morrer mais rápido porque tem vírus resistente ao tratamento", afirmou. Rutheford disse que é preciso pensar nos custos e benefícios que esse tipo de política poderia trazer. Na parte dos custos, entra quanto se deveria gastar com pílulas para pessoas que fizeram sexo sem camisinha. "Imagine uma sexta-feira à noite em São Francisco. Se todos que fizerem sexo sem preservativo forem tomar as pílulas no dia seguinte, isso é um custo alto para prevenir talvez um caso de contaminação", disse. Outro custo potencial seria as pessoas não praticarem sexo seguro (com preservativo) para depois tomarem as pílulas. Texto Anterior: Prefeitura intervém em módulo do PAS Próximo Texto: Cheia do rio Ribeira obriga remoções de famílias Índice |
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