São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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O bug do meio ambiente

ANTONIO GERASSI NETO

Um verdadeiro exército de profissionais de informática diariamente analisa e diagnostica de que forma serão conciliados os gastos e a racionalização do tempo, com vistas ao chamado "bug do ano 2000".
Os ajustes dos relógios embutidos nos sistemas de informática levam em conta que serão necessários investimentos de vários milhões de dólares.
O grande "bug ecológico" da virada do século será adequar os emergentes apelos ambientais, compatíveis com a demanda de desenvolvimento globalizado, em razão da aplicação das ações definidas nos 40 capítulos da Agenda 21/Eco-92.
Esse grande desafio procura estabelecer os mecanismos pelos quais a necessidade de aplicar a "legislação verde" não se contraponha ao processo produtivo empresarial.
O conhecido "custo ambiental" já está sendo rapidamente apreendido pela gestão empresarial moderna.
As empresas já procuram traduzir as questões do meio ambiente para uma linguagem contábil, ou seja, os números -a ambientometria.
Se, por um lado, a iniciativa privada -tomando decisões e sofrendo as ações do "efeito dominó" em tempo real, com os reflexos do crash internacional- busca implantar, na ponta de produção, uma gestão gerencial que responda às suas questões ambientais, a gestão pública estadual, consciente de seu papel, organiza e discute com a sociedade um sistema ambiental adequado à nossa realidade.
Para a administração pública, o tempo é sempre menos, e o esperado século 21 está praticamente para acontecer.
Diante dessa constante preocupação, as modificações globalizadas cotejam indicadores ambientais desejáveis -razão pela qual, frequentemente, o paulistano é chamado para colaborar com suas idéias, críticas e sugestões por meio de seminários, exposições, audiências etc.
Cristaliza-se, dessa forma, o verdadeiro sentido de uma ação de cidadania, na qual a parceria do entendimento virou regra.
Atualmente, a Secretaria do Meio Ambiente põe à disposição da população (inclusive na home page www.cetesb.br) o Plano de Controle de Poluição por Veículos em Uso, na sua versão preliminar. Até o dia 30 de novembro ele estará aberto a sugestões e comentários do público em geral.
O documento é o alicerce em que se baseará o Programa Estadual de Inspeção Veicular, uma espécie de "hemograma do veículo", no qual se inspecionarão periodicamente suas condições de emissão de gases, partículas e ruídos, bem como as de segurança.
Os veículos "sadios" poderão circular sem comprometer a segurança e a saúde dos que deles dependem ou com eles convivem.

e-mail gerassi@cetesb.br

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