São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997 |
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Moradores da Granja Viana contratam vigias armados Condomínios criam métodos de combate a assaltos e sequestros OTÁVIO CABRAL
Mas, independente da ação do Conseg e da polícia, alguns condomínios já criaram métodos próprios de combate à violência. Mattos Júnior cita medidas já tomadas. Um dos pioneiros foi o São Paulo 2. Há um ano, o condomínio contratou a empresa Impacto para policiar suas ruas. Trinta homens armados em sete carros equipados com radiotransmissor fazem ronda 24 horas por dia. A portaria também é vigiada. Como nos outros condomínios, o São Paulo 2 é equipado com interfones e a entrada só é permitida com autorização do morador. Outro condomínio, o Palos Verdes, tem um esquema de escolta para seus moradores. Quando está na Raposo Tavares, o morador liga pelo celular à portaria, que manda um carro escoltá-lo até a entrada. A onda de assaltos também fez os moradores mudarem seus hábitos. A maior preocupação é evitar chegar sozinho à noite e de madrugada aos condomínios. A assistente social D.I. é um exemplo. No início do mês, ela foi dominada por dois homens quando chegava à avenida José Giorgi, que dá acesso a seis condomínios, com seu Vectra, às 2h. Quando os homens mandaram que ela passasse ao banco de trás, ela fugiu correndo em direção à Raposo Tavares. Conseguiu escapar, mas se arrepende da ousadia. "Na hora, só pensei em fugir, fiquei com medo do que eles podiam fazer comigo. Mas eu me arrependo e não aconselho a ninguém fazer o que eu fiz. Podia ter levado um tiro", afirmou. Desde então, D.I. mudou seus hábitos. Não volta mais para casa de madrugada e sempre que está sozinha mantém o marido informado de suas rotas pelo celular. Depois de tomar conhecimento de três tentativas de sequestro em três dias seguidos, Cecília Esperança Vaz resolveu organizar os moradores dos seis condomínios da avenida José Giorgi e fundar a Sociedade Amigos do Km 26,5. A primeira medida da sociedade foi contratar seguranças armados para policiar a avenida e as entradas dos condomínios. "É uma situação triste. Os moradores da Granja saíram de São Paulo fugindo da violência e agora convivem novamente com assaltos e sequestros", afirmou Cecília. Texto Anterior: O bug do meio ambiente Próximo Texto: População dá dinheiro a PM Índice |
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