São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Autopeças pode dispensar 5.000 em 98

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os efeitos recessivos do pacote fiscal sobre o setor automotivo devem causar a demissão de 5.000 trabalhadores nas indústrias de autopeças em 1998.
Avaliação preliminar realizada neste mês pelo Departamento de Economia do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) indica que as empresas do setor devem fechar 1998 gerando 188 mil empregos diretos.
Neste ano, a previsão é chegar a dezembro com 193 mil empregos diretos, o mesmo número de trabalhadores do ano passado.
A perspectiva inicial de queda nas vendas de veículos em decorrência do pacote já está ocorrendo.
A entidade prevê que o faturamento das empresas caia 30% em dezembro, se comparado a novembro. Para janeiro, a previsão é de nova queda, entre 20% e 25% em relação ao mês anterior.
Ainda assim há a previsão de ligeiro aumento no faturamento em 1998, de aproximadamente 3%.
A ociosidade média das fábricas deve crescer de 23% para 25%.
O cálculo feito pelo Sindipeças para chegar a 5.000 demissões leva em conta a redução da produção já anunciada pela Ford, Volkswagen, Fiat e General Motors.
Outra previsão do setor é que os investimentos caiam de US$ 1,8 bilhão para US$ 1,6 bilhão em 1998.
Anteontem, a Olimpus, fabricante de antenas e alarmes contra roubos, anunciou o corte de 20 funcionários, a grande maioria da linha de produção.
Segundo o diretor-adjunto da empresa, Lázaro dos Santos, a medida foi tomada em função da retração nos pedidos.
A Olimpus conta agora com cerca de 300 funcionários e descarta novos cortes neste momento.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo deve entrar em contato com a Olimpus para tentar obter benefícios aos demitidos, segundo o diretor Miguel Eduardo Torres.
"Estamos fazendo contato com várias empresas de autopeças e eletrodomésticos para tentar discutir alternativas aos cortes antes que eles ocorram" acrescentou.
Ontem, metalúrgicos da fabricante de fogões Continental realizaram uma passeata até o Ministério da Fazenda em São Paulo para protestar contra a demissão de 240 trabalhadores da empresa.

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