São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Economista argentino vê pessimismo

LÉO GERCHMANN
DE BUENOS AIRES

O economista Roberto Lavagna, um dos mais críticos ao governo Carlos Menem e dos mais conceituados da Argentina, criticou ontem, em entrevista para a Folha, "a onda de pessimismo que tomou conta do país, principalmente da imprensa".
"Sempre critiquei quem dizia que o país vivia numa situação maravilhosa, que o crescimento seria de 8%. Agora, critico os que dizem o contrário. As pessoas mudam muito rapidamente de opinião. O momento atual não justifica uma crise nas proporções que estão sendo colocadas", disse o economista, que foi secretário de Indústria do presidente Raúl Alfonsín (UCR), hoje na oposição.
Lavagna ressalvou que opina de acordo com dados atuais, porque a situação não depende mais do que ocorre em um único país e o sistema oferece incertezas.
Lavagna estará hoje no Rio para participar, junto com empresários e outros economistas, do seminário Brasil-Argentina, que será realizado no Hotel Meridian.
Os primeiros indicativos resultantes da queda acumulada de 30,6% em 27 dias na Bolsa de Buenos Aires, porém, mostram que, além dos automóveis, que deverão ter uma diminuição de 10% nas vendas internas, outros itens estão sendo afetados.
No setor alimentício, há o temor de que os consumidores se afastem justamente no final de ano. Os supermercadistas já registram diminuição nas suas vendas.
No setor leiteiro, as empresas calculam perdas entre 15% e 20% nas exportações de leite, leite em pó, queijos e iogurtes a serem feitas para o Brasil.
setor já tenta colocar a sua produção em outros mercados da América Latina.

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