São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Buel se diz "perplexo e triste"

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Parceiro do vice-cônsul francês, Romaric Sulger Buel, na organização do Projeto Monet, o chefe do Setor de Difusão do consulado, Bertrand Muller, disse à Folha que as retiradas foram feitas porque o dinheiro dos patrocinadores se mostrou insuficiente para cobrir todas as despesas.
A Folha tentou ouvir Buel sobre as acusações da diretora do MNBA (Museu Nacional de Belas Artes), Heloísa Lustosa.
No consulado e na casa dele, no Rio, informaram que Buel passa uma temporada em Londres. Muller disse não saber como localizá-lo na capital da Inglaterra.
Muller trabalhou como coordenador-geral da exposição Monet no MNBA. Ele disse não considerar irregularidade o uso do dinheiro da bilheteria.
"Todo evento tem despesas. Seria estranho que tudo o que fosse arrecadado ficasse para o museu", afirmou. A defesa de Buel e Muller se baseia no fato de todos os cheques com as retiradas das contas da bilheteria terem sido autorizados pela Associação dos Amigos do MNBA.
"Os cheques foram pagos pela associação. Ela teve total conhecimento dos gastos realizados", afirmou Muller, para quem "não houve nenhum ponto que possa vir a ser discutido".
Em ofício enviado em outubro à diretora do museu, o adido cultural e vice-cônsul francês afirma ter recebido com "perplexidade e tristeza" informações sobre as dúvidas quanto à lisura de seu procedimento.
No documento, Buel diz ter "sempre agido com o conhecimento e acordo" da associação.
"As verbas de patrocínio levantadas pelo consulado cobriram só uma parte das despesas (75% da exposição e 78% das obras emergenciais), sendo a outra parte financiada pelas receitas próprias do evento", afirma o vice-cônsul no texto.
Buel fala que a exposição deixou para o MNBA "um saldo altamente positivo e recompensador".
Ele relaciona os bens incorporados ao patrimônio do museu a partir da mostra: instalação central de ar-condicionado, 17 computadores, um guindaste, detector de metais, iluminação da galeria do século 19, móveis e fax.
(ST)

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