São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Rússia propõe metas para crise no Iraque

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia decidiu propor aos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, China e Reino Unido), com quem se reuniu na madrugada de hoje em Genebra (Suíça), que sejam estabelecidas metas claras para o fim do embargo imposto ao Iraque em 1990. A reunião começou às 2h em Genebra (23h de ontem em Brasília).
Detalhes do plano não foram revelados, mas fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias "France Presse" afirmam que o governo iraquiano está disposto a ceder se houver metas claras de desarmamento. Segundo a agência, ficaria estabelecido que o governo iraquiano cumpriu sua parte quanto à destruição de armamento nuclear e balístico e haveria critérios precisos sobre as armas biológicas e químicas.
Em troca das metas, o governo iraquiano concordaria incondicionalmente com a retomada das atividades da comissão.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que não se deve esperar muito dos esforços de paz liderados pela Rússia. A única solução aceitável para o impasse, na perspectiva americana, é a absoluta obediência do Iraque ao programa de inspeção de armas da ONU.
Clinton disse que seu país quer resolver o problema por meios diplomáticos, mas está se preparando para o conflito armado.
A tensão na região e o atentado contra estrangeiros no Egito, nesta semana, levaram o Departamento de Estado a emitir ontem pedido de cautela para turistas americanos em qualquer lugar do mundo.
Entenda a crise
A ONU mantinha até a semana passada no Iraque uma comissão de inspeção encarregada de avaliar se o país estava eliminando suas armas de destruição em massa. A eliminação é pressuposto para o levantamento do embargo comercial imposto depois da invasão do Kuait pelo Iraque.
Em 29 de outubro, o presidente Saddam Hussein ordenou a expulsão dos inspetores norte-americanos. Segundo o líder árabe, os EUA dificultam deliberadamente a conclusão dos trabalhos da comissão.
Na semana passada, a ordem foi cumprida e as Nações Unidas decidiram pela retirada de todos os seus inspetores.
O governo iraquiano, no início desta semana, afirmou que concordaria com a volta dos norte-americanos se a participação dos EUA na comissão fosse diluída. A proposta foi rechaçada.

Colaborou CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA, de Washington

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