São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Presidente comemora e faz crítica a queixosos

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso comemorou ontem a vitória do governo na votação da reforma administrativa dizendo que a decisão da Câmara foi "muito forte" e "marcante" pelo número de parlamentares que votaram a favor: 351 votos, 43 a mais do que o necessário.
"Isso mostra que nós estamos com a sensibilidade afinada para os objetivos nacionais", disse FHC, ao comemorar também a votação em cinco meses -tempo considerado recorde- da lei do Sistema Financeiro Imobiliário, sancionada por ele ontem.
"E essa harmonia (entre os Poderes5) tem presidido as relações no Brasil, isso é que faz a diferença, isso é que marca a diferença", afirmou o presidente, para logo em seguida dizer que nunca mais se falou da necessidade de haver governabilidade no país. "A governabilidade é essa convergência."
Uma hora antes da entrevista, FHC foi informado da decisão da Executiva do PFL de votar contra duas propostas do ajuste fiscal (aumento da alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física e corte em incentivos fiscais). Sem citar os pefelistas, disse que ontem "não era dia de estar se queixando".
Mesmo afirmando que ontem era dia de os governantes estarem "jubilosos" pelo fato de o Brasil ter sabido "enfrentar dificuldades com galhardia e sem soberba", FHC não se conteve e reclamou da oposição que recebe no Congresso e dos que apregoam que o país vá entrar em recessão.
O presidente disse que se revolta contra os "improvisados calculistas do futuro". "Pode ser que o otimista se equivoque, mas o pessimista já começa errado. (...) Quem fizer aposta pessimista vai perder."
Sobre a oposição, FHC manteve um tom até ameaçador. "Eu acho que uma decisão como a de ontem (a reforma administrativa, votada anteontem) deveria ter sido aprovada por unanimidade. Os que não se juntaram a essa imensa maioria vão pagar o preço histórico de não ter entendido o momento do Brasil", disse.
Para FHC, os que votaram contra "vão pagar o preço eleitoral também".
FHC disse que a retomada do crescimento econômico vai se dar com mais rapidez à medida que o governo for capaz de superar as "contingências" que levaram à alta da taxa de juros.

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