São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Saúde traça perfil do usuário

DO ENVIADO ESPECIAL

Um segundo estudo nacional sobre usuários de drogas injetáveis deve ser iniciado pelo Ministério da Saúde em dois meses. O objetivo é traçar o perfil do usuário. Embora representem quase 30% dos doentes de Aids, só recentemente o ministério iniciou programas de prevenção dirigidos a eles.
A primeira pesquisa -chamada de Projeto Brasil- foi feita em 1995-96. Seus dados foram alarmantes. Em Itajaí, a soroprevalência -taxa de infecção entre usuários de drogas- era de 71%; em Santos, 63%; Salvador, 51%; Rio, 28%; e em três cidades do Centro-Oeste, 63%.
Em 1991/92, um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 13 cidades do mundo já revelava que 61% dos usuários de Santos estavam com HIV.
Um segundo grande estudo da OMS está sendo iniciado, desta vez em 21 cidades, três delas na América Latina -Rio, Santos e Bogotá (Colômbia). "O estudo pesquisará também o que leva um usuário a entrar para a droga injetável ou trocá-la", diz Fábio Mesquita, que participa do projeto.
Agentes de saúde que trabalham com troca de seringas dizem que vem crescendo o número de adolescentes usando droga injetável.
Domiciano Siqueira, que coordena o projeto em Porto Alegre, diz que há casos de famílias inteiras na droga. Numa delas é a mãe que injeta no filho adolescente.

Aureliano Biancarelli viajou a convite da Coordenação de DST-Aids do Ministério da Saúde

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