São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Gaviões arrisca para exibir educação

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar das recomendações de seus advogados, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do país, com 58 mil sócios, promove hoje, às 17h, um ato de protesto no centro de São Paulo.
A manisfestação, chamada de "festa cultural" por seus associados, marca a reação da Gaviões à suspensão judicial de suas atividades ligadas ao futebol, determinada anteontem.
A uniformizada pretende reunir cerca de 10 mil pessoas na praça Ramos de Azevedo e, depois, deslocar os manifestantes para o vale do Anhangabaú.
Essa movimentação está a cargo dos mestres de harmonia da escola de samba da entidade.
O ato, segundo o ex-presidente e atual porta-voz, Alex Simão Luiz Araújo, "não terá conotação política e servirá para mostrar que os torcedores continuam com capacidade de se expressar civilizadamente e em massa".
Os advogados da Gaviões consideram arriscado essa manifestação para a processo na Justiça, mas a torcida achou que tinha que se mostrar ordeira. "Nosso puxador de samba, Ernesto Teixeira, orientará para que os manifestantes, na volta para casa, cuidem do patrimônio público", diz o porta-voz.
Segundo ele, a escolha do vale do Anhangabaú teve como critério a discrição. "Não queremos atrapalhar o comércio do centro."
A Gaviões levará mulatas, baianas e a bateria da escola de samba, que começará a tocar às 18h, aproximadamente.
'Corintianos ilustres'
O ato político da Gaviões vai acontecer na próxima semana, quando a organizada reunirá em sua quadra um grupo de "corintianos ilustres".
Foram convidados o deputado estadual Afanásio Jazadji (PFL), o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), o ator Alexandre Frota, o delegado Romeu Tuma Jr, a ex-presidente corintiana Marlene Matheus e ex-jogadores, como o meia Sócrates.
Segundo a diretoria da Gaviões, esses torcedores ilustres vão contar a história da organizada fundada em 1969.
A Gaviões movimenta um orçamento anual entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões. As principais fontes de renda da organizada são os contratos publicitários, a verba da prefeitura para o Carnaval, as festas na quadra e venda de roupa.
"Com a medida judicial, não podemos mais vender nossos uniformes. Vai haver um impacto financeiro, mas sem comprometer nossas contas", afirma o porta-voz.
A medida judicial que limitou as atividades da Gaviões foi tomada tendo como principal motivo o ataque ao ônibus dos jogadores corintianos em 15 de outubro, na rodovia dos Imigrantes.

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