São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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IPI poderá esfriar venda de cervejas

Preços subirão entre 10% e 25%

WALTER WIEGRATZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As cervejarias têm opiniões diferentes sobre quais serão os efeitos do calor e do aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) das cervejas (10% para as garrafas de 600 ml e 25% para as latas) no consumo e na produção.
Marcel Hermann Telles, presidente da Companhia Cervejaria Brahma, disse que "os efeitos negativos dos aumentos de preços serão atenuados pelo aumento no consumo, já na primeira quinzena de dezembro".
Ele se mostra otimista quanto aos resultados da empresa. "O mercado não será afetado. A Brahma já cresceu 4% neste ano, e poderá fechar 97 com crescimento ainda maior", afirma.
Repasse do IPI
Para Carlos Alberto Poletini, diretor de marketing da Antarctica, o mercado não tem condições de absorver os aumentos de preços.
"Certamente haverá redução no volume de vendas e, em consequência, queda na atividade das fábricas", diz ele.
Segundo Poletini, a Antarctica está estudando uma forma de repassar o IPI diretamente para os preços de suas cervejas, ou até de "suportar os preços, como estão, por algum tempo" para não perder no volume de vendas.
A Kayser também analisa a melhor maneira de absorver ou repassar os efeitos da alta do IPI.
Porém, mesmo estando no período "mais quente para o consumo", a empresa vê frustradas suas expectativas de crescimento para 97, que eram de 2%.
Investimentos
As cervejarias já começam a analisar de forma mais ponderada suas estratégias de investimentos daqui para a frente.
A Brahma, que num primeiro instante afirmou que deixaria de investir cerca de R$ 300 milhões em suas 20 fábricas, mudou de idéia.
Esse valor (algo em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões por fábrica) será investido nas fábricas "que precisarem melhorar sua eficiência", diz Telles.
Já a Antarctica, embora esteja redefinindo seus investimentos na infra-estrutura das fábricas, fechou contratos de publicidade no valor de R$ 60 milhões.
A Kayser tem projetos de investimentos de R$ 200 milhões que também estão sendo reestudados.

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