São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997 |
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Jiu-jitsu conquista garotas
CRISTINA GRILLO
Leka é uma versão carioca de Demi Moore no filme "Até o Limite da Honra": os cabelos são quase raspados, os olhos são azuis (graças a um par de lentes de contato) e o corpo tem músculos bastante definidos. Há cinco anos, ela procurou uma academia em Copacabana (zona sul) preocupada com o excesso de peso -tinha 11 kg a mais do que seus atuais 55 kg. "Sempre fui muito vaidosa e estava muito gordinha. O jiu-jitsu me ajudou a emagrecer", conta. Havia também a preocupação com a segurança. "Queria saber me defender caso sofresse alguma ameaça. De estupro, por exemplo", diz. Hoje, a luta marcial virou uma espécie de mania entre muitas adolescentes cariocas. Leka ministra aulas para quase 50 meninas, todas preocupadas com a forma física, que têm como objetivo conseguir um corpo parecido com o exibido pela professora. "Vinha aqui para acompanhar meu irmão menor e comecei a olhar as aulas da Leka. Reparei que todas as meninas tinham um corpo muito legal e resolvi fazer também", diz Luana Melansky, 14. "Gosto de cuidar do corpo, de usar lentes azuis e de me sentir bonita. Para manter isso, não fumo, não bebo e treino seis horas por dia, além das aulas que dou", conta Leka. Ao contrário do que acontece com muitos dos lutadores, que ganharam a fama de serem violentos, as lutadoras de jiu-jitsu não gostam de brigas nem têm a preocupação de exibir sua força. "Somos calmas, ninguém está aqui aprendendo a lutar para depois sair brigando nas ruas", diz Patrícia Pinho, 21, filha e irmã de instrutores de jiu-jitsu. Mas as meninas não escondem que o fato de que praticar um esporte pouco convencional para mulheres tem outras vantagens além da estética. "Claro que aumenta o interesse dos meninos. A gente anda na praia e eles ficam olhando. Alguns se aproximam e começam a puxar conversa a partir do jiu-jitsu", afirma Leka. Outra vantagem é lembrada por Patrícia. "Mesmo que a gente não faça nada, não use a luta de jeito nenhum, as meninas respeitam muito a gente. Ninguém olha para namorado de lutadora", diz. Texto Anterior: Escolha alternativas às academias Próximo Texto: Esporte casual exige maior cuidado Índice |
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