São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997 |
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Jogador profissional não é modelo de saúde perfeita
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
"Como o atleta profissional tem que estar sempre no auge, ele muitas vezes exagera nos treinamentos, força demais partes do corpo e acaba tendo problemas, se não a curto prazo, pelo menos a longo prazo", diz Joaquim Grava, médico do Corinthians. A sobrecarga de trabalho é uma das principais responsáveis pelas lesões de atletas profissionais, praticantes de modalidades que exigem movimentos "não-naturais", forçando com intensidade exagerada determinada parte do corpo humano. Treinando para superar limites, não são raros casos de esportistas que acabam no estaleiro e têm sua vida útil como atletas encurtada. Um dos esportes que mais problemas de contusão enfrentou nos últimos anos foi o vôlei. Como o esporte força muito o joelho e o ombro, problemas com os meniscos, tendinite ou rompimento de ligamentos são comuns. A atacante Ana Moser virou símbolo dos sacrifícios que o praticante de vôlei pode ter. Ela já sofreu três cirurgias nos joelhos e esteve ameaçada de abandonar a profissão. Quando começou a jogar, Ana não tomava os cuidados necessários. Hoje, tem que se submeter a um forte trabalho de musculação. No futebol, além do risco de contusões, devido ao choque com adversários, é comum o jogador apresentar problemas nos joelhos, tornozelos e púbis. O meia-atacante Marcelinho, atualmente no futebol espanhol, é um exemplo. Quando jogava no Corinthians, passou meses tratando de forte dor no púbis, que quase o levou à mesa de cirurgia. Para Grava, uma das receitas para o praticante de futebol é dosar os treinos. "Os clubes cada vez mais estão se cercando de especialistas em medicina esportiva e fisiologia e aperfeiçoando sua estratégia de treinamento para evitar a sobrecarga de trabalho." José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira de vôlei masculino que ganhou medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona, em 1992, lembra que hoje a piscina faz parte da preparação física de qualquer bom esportista. "Quem não faz hidroginástica? É importante para relaxar a musculatura e para descontrair a tensão de um jogo para valer." Se fosse dar um conselho a quem está se iniciando em alguma modalidade, ele diria que a receita é preparar o corpo para o esporte e não o contrário. (JCA) Texto Anterior: FUTEBOL; VÔLEI; BASQUETE; TÊNIS Próximo Texto: 60% dos brasileiros estão parados Índice |
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