São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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FHC diz que fundos devem ter controle

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso detalhou melhor ontem aquilo que acha que deve ser feito para controlar o fluxo de capitais internacionais: estender aos fundos de investimentos os mesmos controles que valem para os bancos.
"O fato novo não vem dos bancos, mas dos fundos de toda natureza, de pensões, de investimentos, que têm muito menos controles do que os bancos."
Não se trata, de todo modo, de policiar o mercado, "o que seria contraditório com uma economia mais aberta e mais livre", diz o presidente.
"Trata-se de criar organizações capazes de dar maiores informações", completa FHC.
Ele citou o exemplo de decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) que manda os fundos informar aos clientes que riscos correm ao colocarem dinheiro neste ou naquele fundo.
"Se os fundos querem ter um risco alto, vão ter de aumentar os recursos depositados na conta do Banco Central ou aumentar o capital, para garantir as operações", diz FHC.
É mais ou menos esse sistema que o presidente gostaria de ver universalizado, de modo que houvesse "informações mais detalhadas sobre a situação de cada país para evitar, por exemplo, que haja confusão".
Brasil x Ásia
Nesse ponto, FHC volta à tentativa de diferenciar o Brasil dos países asiáticos.
O presidente não passou um dia em Londres sem dizer que a situação brasileira é diferente da asiática porque o Brasil fez o saneamento do sistema financeiro a partir de 1995, enquanto os asiáticos só agora estão entrando nesse processo.
Por isso, ele gostaria que um organismo internacional avalizasse a diferença.
"Uma coisa é o presidente da República dizer o que está dizendo e, outra, é um órgão como o Fundo Monetário Internacional ou o BIS (Banco de Compensações Internacionais, espécie de banco central dos bancos centrais) dizer a mesma coisa, mas com autoridade técnica", pede FHC.

LEIA MAIS sobre a viagem presidencial no caderno Dinheiro

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