São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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SP pode ter 10 hospitais terceirizados

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo promete começar a primeira experiência de terceirização dos serviços de saúde em março de 98. Dez hospitais que estão em construção serão inaugurados já sob esse novo tipo de gestão.
O governo do Estado vai transferir a gerência dessas unidades de saúde para grupos "experientes na administração de hospitais".
Exemplos de possíveis gerenciadores que estão participando das negociações são o Hospital Santa Marcelina, o Hospital São Paulo e a Beneficência Portuguesa. Ao governo do Estado, só caberia a fiscalização e a liberação do dinheiro.
"São hospitais com grande experiência administrativa e com qualidade provada", diz o secretário da Casa Civil, Walter Feldman.
Em troca da administração dessas novas unidades, os grupos receberiam o repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) e mais uma complementação do Estado.
Outra proposta que está sendo analisada é que, em troca dos serviços, esses grupos teriam direito de usar um número X (no máximo 20%) dos leitos para uso privado, por meio de convênios.
O secretário da Casa Civil nega qualquer semelhança entre o projeto de terceirização da administração de hospitais do Estado e o PAS, o sistema de cooperativas implantado pela Prefeitura de São Paulo. O programa está sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Município.
Segundo o secretário, o pagamento dos serviços não será prévio e por número de pessoas cadastrados, como no PAS. A liberação do dinheiro vai obedecer à mesma regra usada pelo SUS, que paga depois da prestação do serviço.
Os hospitais serão obrigados a fazer atendimento universal. Como em qualquer hospital do SUS, os hospitais terão de receber qualquer pessoa, independentemente do local onde ela mora.
Sindicato
O Sindicato dos Médicos de São Paulo afirma que vai à Justiça se o projeto de terceirização dos hospitais for colocado em prática. "Vamos brigar da mesma maneira que brigamos contra o PAS", afirma o presidente do sindicato, José Erivalder Guimarães de Oliveira.
"Vai acontecer a mesma coisa que ocorre no Hospital das Clínicas. Há duas filas. Uma para quem pode pagar, e outra para quem não pode e tem que esperar meses por um exame", afirma.

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