São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997 |
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Acordo de redução poderá sair na terça
SÉRGIO LÍRIO
Ontem, metalúrgicos da central e diretores do Sindipeças começaram a definir as primeiras regras do acordo. As duas partes concordaram com uma redução de salários menor do que a da jornada e com a criação de um mecanismo para repor as perdas salariais e as horas não trabalhadas. Por enquanto, sindicalistas e empresários divergem sobre o percentual das reduções. O Sindipeças propôs redução de 25% na jornada e 15% nos salários. A Força sugeriu corte de 25% na jornada e de 9,1% nos salários. Segundo a Folha apurou, o acordo final será um meio termo: a redução do salário vai equivaler a 50% da jornada. O que daria, por exemplo, corte de 25% na jornada e de 12,5% nos salários (ou de 20% e 10%, respectivamente). A CUT (Central Única dos Trabalhadores) não vai participar do acordo. Ontem, em uma reunião com o Sindipeças anterior à da Força, dirigentes da central rejeitaram a redução de salários e propuseram a adoção de um "banco de horas" -no qual os trabalhadores compensam folgas com horas extras- e a reedição da câmara setorial do regime automotivo. Segundo o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, a câmara setorial, um conselho que reúne governo, empresas e trabalhadores, já evitou demissões no início da década e pode ajudar a evitar agora. O vice-presidente do Sindipeças, Thales Peçanha, disse, no entanto, que o banco de horas e a câmara setorial não resolvem o problema das empresas. "Temos um problema emergencial que precisa ser resolvido. Nós não nos recusamos a discutir saídas, mas acho que qualquer medida do governo leva meses para ter efeito", disse. O Sindipeças calcula que se as duas centrais aceitassem o acordo, seriam salvos entre 5.000 e 8.000 empregos. O diretor não soube dizer quantas demissões serão evitadas com um acordo feito apenas com a Força Sindical. O setor emprega 193 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo. Cerca de 80% fazem parte da base da Força, segundo cálculos da própria central. "Nós estamos muito perto de um entendimento. Esse acordo não pode se frustar", disse o presidente da Força, Luiz Antônio de Medeiros. Texto Anterior: Ministro rebate avaliação da Moody's Próximo Texto: Corte é humilhação, diz Vicentinho Índice |
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