São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997 |
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MERCOSUL Outros sócios devem aderir ; União aduaneira; Idéias bizarras
DENISE CHRISPIM MARIN
Argentina e Brasil querem impor tarifas Os governos do Paraguai e do Uruguai devem aderir à decisão da Argentina e do Brasil de aumentar em três pontos percentuais as tarifas de importação para produtos de países fora do Mercosul. A finalização do acordo nessa área será o principal desafio político da reunião semestral dos presidentes dos quatro países, que acontece amanhã em Montevidéu (capital do Uruguai). A Folha apurou que os negociadores do Paraguai e do Uruguai se mostraram dispostos a aderir ao aumento da TEC (Tarifa Externa Comum), depois de reuniões bilaterais realizadas na semana retrasada, em Brasília. A contrapartida para os sócios menores será o direito de alterar regras de seus regimes especiais de importação. União aduaneira A decisão do Brasil de aderir à proposta argentina de elevar a TEC abriu o flanco para as reivindicações dos países menores nas negociações do Mercosul. Sem essas negociações, o Mercosul poderia sofrer danos políticos -perderia o status de união aduaneira e se enfraqueceria em negociações internacionais. Também foi levada em conta a hipótese de haver maiores desequilíbrios no fluxo de comércio dentro do bloco, provocados por outra distorção preexistente -o contrabando nas regiões fronteiriças. Nos últimos meses, o aumento das taxas de juros determinado pelo Banco Central do Brasil foi outro que se somou à lista de reclamações dos três parceiros, que temem os impactos para suas economias de uma recessão brasileira. Esses novos temas não excluem outros confinados no fundo da cesta de barganhas: os incentivos e isenções fiscais que favorecem produtores regionais e exportadores; a restrição ao financiamento do crédito à importação; os subsídios ao setor sucroalcooleiro; a indisposição de avançar nos acordos sobre compras governamentais e sobre o sistema financeiro. Idéias bizarras Em negociações internacionais, convencer o parceiro significa fazer concessões em pontos que ninguém cederia em uma situação normal. O que o Brasil quer evitar é ser pressionado a aceitar algumas idéias bizarras de seus sócios. A Folha apurou que a insistência da Argentina em prorrogar o regime de adequação, que vence no final de 1998, é uma das idéias repudiadas pelo Brasil. Esse regime permite a proteção para setores produtivos de cada país do Mercosul contra as mercadorias de seus sócios. No caso da Argentina, a lista de favorecidos inclui produtos como o açúcar e os siderúrgicos. Texto Anterior: Banco alemão desaconselha máxi do real e prevê estagnação em 98 Próximo Texto: O risco de deflação na Ásia Índice |
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