São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Baixo investimento é atrativo

DO BANCO DE DADOS

Um dos atrativos que levam empresários para o ramo dos brechós é o baixo custo do negócio.
Para quem já tem um ponto, o gasto para a montagem da loja, com a instalação de araras, armários, espelhos e provadores, fica em R$ 300, em média.
O estoque dos brechós é montado com a ajuda de fornecedores particulares. A rede de contatos pode começar com amigos, estilistas, "socialites" e fabricantes.
Quase todas as casas trabalham com o sistema de consignação. Os donos e os fornecedores dividem o valor da peça vendida.
Para isso, é feito um termo de responsabilidade, permitindo a comercialização da roupa, o que evita problemas para o lojista com equipes de fiscalização.
Uma peça geralmente fica pouco mais de três meses em exposição. Depois disso, o modelo pode fazer parte de uma liquidação, ser devolvido ao fornecedor ou doado.
Estratégia
Para o negócio deslanchar, os proprietários contam com algumas táticas especiais.
Mesclar roupas mais novas com objetos antigos e exóticos traz bons resultados, segundo eles.
Outro método utilizado é organizar os itens de acordo com as grifes e as tendências, para ajudar na memorização dos clientes.
Na hora da liquidação, os empresários recomendam colocar as roupas em oferta no fundo da loja, para que o cliente confira todo o acervo do brechó antes de chegar às últimas prateleiras.
"Nenhuma estratégia adianta se o local for escondido ou se a fachada não chamar a atenção", diz Johnny Luxo, do Bazaar Luxo, que tem uma grande placa com o desenho de um coração na porta.
Denise Pini, do brechó Capricho à Toa, diz que não precisa de uma fachada muito chamativa para conseguir vender bem.
Sua loja não tem grandes painéis de indicação e, ainda por cima, fica em uma vila em que não há quase pontos comerciais.
"Como a propaganda é feita boca a boca, eu não preciso me preocupar muito com a localização."
Segundo Marcos Morcerf, 40, que comandou um brechó por mais de dez anos, a receita é ter olho clínico, tino comercial e conhecer moda.
"É importante ter peças atuais", avalia Morcerf, que diz ter deixado o ramo para realizar um antigo desejo de ser DJ de casas noturnas em São Paulo.

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