São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Congresso libera mais R$ 677 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso engordou em R$ 677 milhões o orçamento do DNER para o ano que vem.
A proposta orçamentária enviada pelo Executivo previa gastos de R$ 2,512 bilhões.
Com as emendas feitas pelos parlamentares, o valor subiu para R$ 3,189 bilhões.
Tanta atenção em relação ao órgão se deve à visibilidade de obras como estradas e pontes, que costumam render votos para os políticos que apadrinham sua construção, principalmente num ano eleitoral como 1998.
Além disso, as obras rodoviárias estão entre as que mais propiciam lucros para empreiteiras -tradicionais financiadoras de campanhas eleitorais.
Pressão
Para garantir a realização de uma obra, porém, não basta incluí-la no Orçamento da União.
Essa etapa significa a autorização legal para a aplicação de recursos no ano ao qual se refere Orçamento votado, mas o governo não é obrigado a gastar o dinheiro reservado para esse fim.
Assim, têm mais chances de sair do papel as obras patrocinadas por políticos com poder de influência junto ao DNER e ao Ministério dos Transportes, que controla o órgão.
Alguns parlamentares nem sequer precisam apresentar emendas para favorecer as obras de seu interesse.
Elas são negociadas diretamente com o ministério e já vêm incluídas na proposta do Executivo -é o que se chama, no jargão do Congresso, de projeto "emprenhado".

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