São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997 |
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Terreiros querem distribuir camisinha Eles querem ser centros de prevenção LUIZ FRANCISCO
Coordenada pelo CBAA (Centro Baiano Anti-Aids) e pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), a pesquisa foi realizada nos últimos três meses em 406 terreiros da região metropolitana de Salvador. Os terreiros pesquisados têm de 1 a 200 anos de funcionamento. Segundo a Federação Baiana do Culto Afro-Brasileiro, existem no Estado 3.345 terreiros legalizados e outros 7.000 clandestinos. O presidente do GGB, Luiz Mott, disse que a partir do início do próximo ano o CBAA vai capacitar as lideranças dos principais terreiros da Bahia para o combate à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. "Os resultados da pesquisa mostram que os terreiros querem se modernizar e entrar no combate mais direto às doenças sexualmente transmissíveis", afirmou. Mott disse também que o GGB e as secretarias estadual e municipal da Saúde vão assinar um convênio que estabelece o repasse de camisinhas aos terreiros de candomblé. Para o presidente do GGB, os terreiros baianos possuem duas situações de risco para a transmissão da Aids. "Quase todos os rituais de iniciação e cura utilizam uma navalha coletiva, e a liberdade sexual é muito grande dentro dos terreiros", disse Mott. Na pesquisa divulgada ontem em Salvador, 50% dos pais e das mães-de-santo disseram que usam navalha coletiva para fazer cortes nos braços, pernas ou língua. A partir de janeiro próximo, os pais e as mães-de-santo também vão usar navalhas descartáveis. O pai-de-santo Oséas Santana disse que as inovações de combate à Aids nos terreiros de candomblé não ferem a religião. "O que nós queremos é proporcionar aos adeptos rituais seguros e sem nenhum risco à saúde." Texto Anterior: Médicos divergem sobre risco Próximo Texto: Governo anuncia comissões que vão propor alteração de códigos Índice |
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