São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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70% dos cursos têm nota menor que 4

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ensino de administração vai mal no Brasil. Nada menos que 70% dos cursos avaliados pelo provão 97 tiveram nota absoluta inferior a 4 -o limite onde começavam os conceitos B e A.
As particulares, que dominam a carreira, são em grande medida responsáveis por isso. Nesse grupo, há instituições como a FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo, que tem ensino de qualidade -apesar da queda para B em dedicação dos professores.
Mas também há maus exemplos como a Faculdade de Economia e Finanças Rio de Janeiro, que teve E na prova dos alunos e D e E nos quesitos dos professores.
No Brasil, perto de três em cada quatro cursos de administração são mantidos por instituições particulares. Vieram das privadas 78,5% dos alunos do provão 97.
A administração é uma área especialmente crítica para o ensino privado, porque exige poucos recursos para criação de cursos.
Isso estimula escolas particulares a atender um mercado ávido por profissionais com diploma na área, mesmo que estejam longe das melhores condições de ensino.
Apenas 6,4% das particulares tiveram nota A no provão 97. Outros 15,6% tiveram B. Entre as federais, esses índices foram de 43,6% e 25,6%, respectivamente.
A diminuição no boicote ao provão piorou o desempenho relativo das particulares. Em 96, os alunos de muitas federais entregaram provas em branco e suas escolas levaram parte dos piores conceitos.
Agora, as provas entregues em branco na carreira caíram de 8,4% para 0,4% e as públicas conseguiram melhores conceitos. Cresceu o percentual de A obtido por federais e estaduais, por exemplo.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro ficou sem conceito no ano passado, por conta de tumultos que sacudiram seu provão. Em 96, menos da metade dos estudantes presentes entregou o exame.
Agora, com 100% de provas entregues, a escola ficou com A.
O mesmo processo ocorreu na Federal da Bahia, que saiu do E em 96 para o primeiro grupo no resultado do último provão.
Estabilidade
Pouco menos da metade (46,4%) manteve a posição do ano anterior. Perto de 20% melhoraram, pelo critério comparativo do MEC.
No provão 97, o número de cursos de administração avaliados cresceu 5,7% -foram 354 ao todo.

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