São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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FHC não pretende receber sindicalistas

FERNANDO RODRIGUES

FERNANDO RODRIGUES; RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Está fora dos planos do presidente Fernando Henrique Cardoso receber sindicalistas no Palácio do Planalto nos próximos dias.
O presidente tem mandado seus assessores divulgar que ele receberia sindicalistas depois que terminassem as negociações a respeito de demissões e redução de salários -sobretudo na região do ABC, na Grande São Paulo.
Ontem mesmo, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, reiterou o anúncio. Segundo o porta-voz, FHC está disposto a receber tanto os representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) quanto da Força Sindical.
Essa versão, segundo a Folha apurou, é apenas uma forma de evitar dizer abertamente que não interessa a FHC um encontro com sindicalistas neste momento.
Na avaliação do governo, o presidente só receberia sindicalistas caso pudesse sair vitorioso politicamente do encontro.
Essa vitória só seria possível se FHC impedisse a proliferação da imagem de inação de seu governo em relação à crise de emprego.
Para viabilizar essa estratégia, chegou a ser montado um encontro do presidente com representantes da Força Sindical (central que apóia o governo) e da CUT (ligada ao PT, de oposição).
A reunião era para ter acontecido em Brasília, nesta semana.
Na frente de representantes das duas principais centrais do país, o presidente iria então anunciar medidas econômicas que poderiam minimizar o desemprego.
As medidas -agora já conhecidas do público- eram as seguintes: 1) aumentar as parcelas do seguro-desemprego; 2) reduzir a taxa de juros; 3) reorganizar o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda).
No caso da Força Sindical, FHC estaria apenas recebendo sindicalistas que sempre apóiam o governo e já concordaram com a redução de salários -uma medida drástica. Já a CUT cobraria medidas do governo, e o presidente não teria resposta -pois já anunciou o que tinha de mais importante.

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