São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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'É difícil, meus filhos' é bordão de Scolari

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Acompanhe abaixo as respostas de jogadores palmeirenses a algumas perguntas apresentadas pela reportagem da Folha sobre Luiz Felipe Scolari.
(FV)
*
Folha - O que deixa o Scolari mais nervoso?
Rogério - Quando a gente erra nos cruzamentos, durante os treinos técnicos.
Júnior - Quando o trabalho não está sendo como ele quer, com objetividade e seriedade.
Agnaldo - Ele é um vencedor. O que mais o desagrada, como a mim, é perder.
Velloso - Os erros de passe.
Pimentel - Quando não acertamos os fundamentos.
Zinho - Não vejo nada específico que que deixe ele nervoso... Falta de atenção, que é o cumprimento de uma obrigação profissional.
Folha - E como agradá-lo?
Galeano - Basta jogar bem, cumprindo o que ele determina; ser disciplinado.
Rogério - A pessoa que trabalha honestamente já conquista ele.
Pimentel - Fazendo as coisas como manda o figurino.
Roque Júnior - Não tem isso. Estamos aqui para trabalhar. A gente procura fazer o que é bom para todos nós.
Folha - Você se considera amigo do Scolari?
Júnior Tuchê - Nem um dos dois tem nada contra o outro. Respeito-o como a meu pai.
Galeano - Com o passar do tempo fomos nos adaptando aos seus métodos e a amizade foi surgindo.
Rogério - Sim, não só eu, como todos. Somos uma família. Ele é amigo e um pai.
Pimentel - Profissionalmente, a gente se dá bem.
Agnaldo - Sim, é um amigo pessoal, pois já trabalhamos juntos.
Folha - Ele dá boas oportunidades de trabalho? É justo?
Galeano - Dá. Já começa pelo diálogo, as oportunidades que deu a todos de falar.
Quando ele chegou, disse que quem tivesse bem é que iria jogar e está sendo assim. Com ele não adiante fazer cara feia.
Zinho - Ele é um dos poucos treinadores que vi que não tem esse negócio de valorizar estrelas. Dá oportunidade para todos. Nos treinos, bota todos para fazerem as mesmas coisas. Tanto que a maioria já jogou alguma vez.
Júnior - Sem dúvida. Ele dá liberdade a todos, dentro do método de trabalho dele. Sempre frisou que quem tivesse melhor jogaria.
Mas claro que ninguém é perfeito. Ele também está sujeito a falhas e erros.
Folha - Qual a palavra ou expressão que ele mais usa quando fala com vocês?
Júnior Tuchê - "É difícil, meus filhos".
Agnaldo - Ele tira o chapéu e diz: "É difícil, meus filhos". Eu sempre brinco, imitando ele.
Zinho - Quando vai falar de algum problema, seja com a imprensa, com o juiz ou o adversário, ele tira o chapéu e diz: "É difícil, meus filhos".
Pimentel - "É difícil, meus filhos", quando fazemos alguma coisa errada.
Rogério - "É difícil, meus filhos".
Wagner - "É difícil, meus filhos". Até o Agnaldo está copiando ele. A gente dá risada.
Júnior - "Atenção".
Velloso - "Atenção".
Roque Júnior - Não tem uma palavra que ele fale o tempo todo.
Folha - Técnico ganha jogo?
Zinho - Ganha junto com os jogadores, ajuda, tem uma participação forte.
Júnior - Ganha. O esquema que ele armar ganha, mas tem que ter a ajuda da gente.
Roque Júnior - Estamos dentro de um grupo. Todos têm que trabalhar para ganhar. O jogador tem que jogar, o técnico, que treinar.

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