São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Conglomerados serão problema

OSCAR PILAGALLO
DO ENVIADO ESPECIAL

O novo presidente da Coréia do Sul, quem quer que seja ele, será pressionado pelos credores externos a rever o modelo baseado nos favores aos conglomerados coreanos, conhecidos como "chaebols".
As relações entre essas megaempresas e o governo são promíscuas, o que faz proliferarem os esquemas de corrupção.
Os "chaebols" são favorecidos com juros baixos e reserva de mercado. Em contrapartida, financiam as campanhas políticas.
O esquema, que é chamado de capitalismo dirigido e foi inspirado na experiência japonesa, está por trás da enorme dívida externa que provocou a crise cambial.
Os empréstimos a juros baixos, às vezes negativos, eram levantados por bancos no exterior para serem repassados às empresas.
É um modelo comparável à bicicleta, que só pára de pé se estiver sendo pedalada. O que ocorreu na Coréia foi que os bancos estrangeiros, assustados com o tamanho da dívida, deixaram de pedalar, ou seja, de emprestar.
Calcula-se que, até o final do ano, vençam cerca de US$ 20 bilhões, quantia três vezes superior às reservas, que foram dilapidadas nas últimas semanas.
Para resolver essa situação a longo prazo, só mudando o modelo. No discurso, os candidatos apóiam a reforma que, aliás, consta das exigências do FMI.
Mas, na prática, a missão não será fácil. Terá de enfrentar os sindicatos e a elite econômica.
(OP)

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