São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Talento da atriz supera as fofocas

sobre sua vida

ALFREDO STERNHEIM
ESPECIAL PARA A FOLHA

Boa parte da mídia tem se mostrado dividida a respeito de Elizabeth Taylor. Ela é uma estrela ou uma atriz? Nem sempre foi fácil fazer essa separação.
Dona de uma extraordinária beleza, essa inglesa se tornou um mito nos últimos 50 anos aparecendo nos noticiários por causa de seus maridos, seus problemas de saúde, sua luta a favor dos aidéticos... Menos por seus filmes. Uma injustiça.
É verdade que Elizabeth Rosemond Taylor -nascida em Londres em fevereiro de 1932-, quando criança, já queria aparecer.
Quando a família, fugindo da guerra, foi para Los Angeles em 1940, a mãe buscou trabalhos cinematográficos para a filha.
Primeiro, obteve uma ponta em 1942. No ano seguinte, um contrato com a Metro, que durou até a década de 60.
Foi a partir dos anos 50 que Elizabeth virou manchete com seus casamentos. O primeiro, com o filho do dono da cadeia de hotéis Hilton. Durou um ano. Depois, com o ator Michael Wilding, 20 anos mais velho que ela.
Mais tarde, com o produtor Michael Todd, em 57, que morreu no ano seguinte. Em 59, foi chamada de ladra ao se casar com o cantor Eddie Fisher, então marido de sua amiga Debbie Reynolds.
Essas fofocas falavam mais alto que seu talento, já evidente em comédias como "O Pai da Noiva", de Vincente Minnelli.
Só em 51, quando a Metro a emprestou para a Paramount, que Elizabeth ganhou mais respeito como atriz, em "Um Lugar ao Sol", de George Stevens.
Nesse drama extraído do livro de Theodore Dreiser, contracenou com Montgomery Clift. Dizem que ela sempre o amou, mesmo sabendo que o ator era homossexual.
Clift foi seu parceiro em "A Árvore da Vida", que valeu a sua primeira indicação para o Oscar de melhor atriz de 1957. No ano seguinte, novamente foi finalista como a Maggie de "Gata em Teto de Zinco Quente", da peça de Tennessee Williams.
Esse festejado teatrólogo a indicou para outra versão de um texto seu, "De Repente, no Último Verão", de Joseph L. Mankiewicz, em que enfrentou a grande Katharine Hepburn. Ambas foram indicadas ao Oscar de melhor atriz, perdido para Simone Signoret em "Almas em Leilão". O troféu só veio em 60 com "Disque Butterfield 8".
Em "Cleópatra", de 63, ela encontrou Richard Burton. "Eu a fiz gostar de cerveja, e ela me fez descobrir as jóias", disse ele.
Entre porres e festas, a relação possibilitou a atuação do casal em nove filmes. Alguns de grande valor, como "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", de Mike Nichols, que lhe valeu em 1966 o segundo Oscar de melhor atriz.
Após a separação definitiva de Burton (morto em 1984), Elizabeth parece ter perdido o élan para buscar filmes mais expressivos.
Mas mostrou sua sensibilidade em produções menores, como "A Maldição do Espelho", adaptado de uma novela de Agatha Christie.
E continuou sendo notícia com seu propalado romance com o milionário Malcolm Forbes, com seu sétimo marido (um jovem caminhoneiro), na festa de seus 60 anos e em outras ocasiões.
A força da atriz, comprovada em mais de 60 filmes, pode estar diluída. Mas o carisma da estrela ainda brilha.

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