São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Pires na mão; Coisa dos homens; Na liderança; O pior é agora; No papel; Ladeira abaixo; Strip-tease; Pedindo água; Excesso parlamentar; Cais seguro; Peso pesado; Nas profundezas; Vôo cego; Guerra de gigantes; Retomando a velocidade; Cardápio limitado

Pires na mão
O país vai precisar do ingresso mensal de US$ 4 bilhões em 98 para fechar suas contas, segundo calcula Ibrahim Eris, da Linear. Só é dada como certa a entrada de investimentos diretos (incluindo a privatização), que devem somar US$ 1,8 bilhão por mês.

Coisa dos homens
Indagado se o Brasil conseguirá captar o que falta, Eris afirmou que "vai depender da situação externa. Se permanecer a atual, eu diria que não".

Na liderança
Assim, diz Eris, apesar do ajuste feito, o Brasil continua sendo um dos países mais dependentes do capital estrangeiro. Depois do "El Niño" financeiro, "talvez, o mais dependente".

O pior é agora
Para Demósthenes Madureira, diretor do BC, o pior é mesmo a situação externa deste ano. "Vamos precisar, em 98, de US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões a menos." Ele lembrou que "90% das importações já entram financiadas".

No papel
O diretor do BC informa que há duas semanas voltou à normalidade o pedido para emissões de empresas e bancos no exterior. "Embora seja usual que alguns dos pedidos não se materializem."

Ladeira abaixo
Fausto de Arruda Botelho, da Enfoque Gráfico, comparou o comportamento da Bolsa de Nova York na crise atual com a de 29 e a de 87, e concluiu: o índice Dow Jones está alto e pode cair até 30%.

Strip-tease
Aos poucos, como na piada do português que informa uma morte em etapas (subir no telhado), ficará claro que o governo não tem como promover uma queda dramática dos juros. É o que avalia o deputado Delfim Netto (PPB-SP).

Pedindo água
Já para o consultor Mailson da Nóbrega, as taxas terão de cair porque são insustentáveis. "Qualquer funcionário do BC sabe que, mantido o atual patamar, cedo ou tarde algumas instituições vão começar a abrir o bico."

Excesso parlamentar
Segundo Amaury Bier, chefe da assessoria econômica do Planejamento, o ajuste do Orçamento do próximo ano vai começar "por separar o que o Congresso promoveu em expansão dos gastos".

Cais seguro
Prentice McKibben, da Eastman Chemical Corporation, diz ter optado por instalar fábrica na Argentina (e não no Brasil) "por causa da melhor qualidade dos serviços do porto de Buenos Aires", informa o FDI News, publicação do Banco Mundial. A fábrica, de polietileno, começa a operar em 98.

Peso pesado
Segundo Prentice, que avaliou seis portos brasileiros, as frequentes greves, a má qualidade dos serviços e a deficiente capacidade de movimentação portuária inviabilizariam o investimento.

Nas profundezas
Nos cálculos da Salomon Smith Barney, a moeda coreana ainda não encontrou seu ponto de equilíbrio e deve chegar a 1.800 wons para comprar um dólar. Ou seja, deve se desvalorizar mais 11%.

Vôo cego
Para o JP Morgan, a moeda coreana vai continuar sua dança cambial até, pelo menos, "o segundo semestre de 1998".

Guerra de gigantes
Pedro da Motta Veiga, da Sobeet, prevê um recrudescimento das tensões e conflitos no comércio exterior. "O Brasil deve procurar fortalecer o multilateralismo, que aumenta o poder de barganha."

Retomando a velocidade
O Detran de São Paulo fazia 5.000 registros novos de carros (contabiliza os "zeros" e as transferências de donos) por dia. Veio a alta dos juros e a média caiu 20%. Foi por pouco tempo. Já voltou ao patamar de antes da crise.

Cardápio limitado
Palmeirense fanático, o diretor da Pactual Previdência e Seguros, Eduardo Bom Angelo, vai ver o jogo no Maracanã. Antes da partida, deve participar de um churrasco de confraternização com outros diretores -só que vascaínos. Circula no mercado que Bom Angelo queria vetar a carne de porco.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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