São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Testes nucleares nos EUA

DA REDAÇÃO

Cerca de 160 milhões de norte-americanos receberam doses variadas de iodo radioativo nos anos 50 e 60, em períodos de dois meses que se seguiram a cada um dos 90 testes de bombas atômicas realizados no Estado de Nevada, segundo estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI).
Entre 10 mil e 75 mil pessoas nos Estados Unidos teriam desenvolvido câncer de tireóide por causa das doses de radiação provenientes dos testes nucleares.
As populações de Nevada e dos Estados mais próximos foram as mais atingidas pela radioatividade dos testes nucleares por meio de chuvas que contaminaram as pastagens e o gado leiteiro, de acordo com a pesquisa do NCI.
Crianças dessa região, de idades entre três meses e cinco anos, teriam sido os habitantes que receberam as maiores doses de iodo radioativo, pois eram os principais consumidores de leite. E como suas tireóides eram menores que as dos adultos, a concentração do iodo nas glândulas das crianças era em média sete vezes maior.
O estudo foi iniciado em 1982 e concluído neste ano. O Comitê Nacional de Vítimas da Radiação acusou o NCI de ter provocado "uma indesculpável demora". O instituto afirmou que a pesquisa atrasou porque os dados analisados eram "extremamente complexos".
O estudo do Instituto Nacional do Câncer sobre os efeitos da radiação dos testes nucleares deverá ser complementado com dados de pesquisas feitas em Belarus e na Ucrânia sobre o acidente com a usina de Chernobyl, em 1986.
Em 1997, cerca de 16 mil norte-americanos foram diagnosticados como portadores de câncer de tireóide, dos quais aproximadamente 1.200 morreram ou deverão morrer. A doença tem incidência duas vezes maior em mulheres em comparação com homens.
Entre as diversas formas de câncer, o de tireóide é considerado como "altamente curável". Cerca de 95% dos pacientes sobrevivem cinco anos após terem contraído a doença.

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