São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Lerner lamenta expulsão de Dante
DEISE LEOBET
Com a saída de Dante do partido, Lerner passa a ser o único governador do PDT no país. Ele evitou comentar a decisão do presidente do PDT, Leonel Brizola, porque sempre se manifestou a favor da reeleição, com a ressalva de que para os atuais ocupantes de cargos do Poder Executivo fosse realizado um plebiscito. "A maioria dos deputados, no entanto, achou que a consulta era desnecessária e não há mais o que discutir", afirmou. A discussão dos prazos de desincompatibilização dos atuais ocupantes de cargos é vista por Lerner como "um detalhe irrelevante". Mas, caso prevaleça a tese da desincompatibilização, ele defende um prazo de três meses para que prefeitos, governadores e o presidente deixem seus cargos. O governador paranaense é cotado hoje dentro do partido como o nome mais forte para disputar a Presidência da República em 1998. Com a possibilidade de ser aprovada a reeleição, Lerner admite que terá de reavaliar seu futuro político. Ele disse que não está pensando em eleição no momento e que a discussão da sua candidatura é "assunto para 1998". Segundo o presidente estadual do PDT, José Francisco Pereira, o partido trabalha hoje com duas possibilidades. A mais provável é de reeleger Lerner ao governo do Estado. "Só vamos cogitar a possibilidade de lançá-lo à Presidência, caso o plano neoliberal do Fernando Henrique (Cardoso) venha a fracassar, como já aconteceu no México e na Argentina", disse. Deputados Dois dos deputados expulsos ontem do PDT já estão recebendo propostas de filiação de outras legendas. Segundo Luíz Durão (ES), PL, PMDB e PPB já entraram em contato com seu gabinete. "Não recebi nenhum comunicado oficial do meu partido dizendo que fui expulso. Quando receber, vou levar um certo tempo para decidir para onde vou", disse. PSDB, PPB e PMDB seriam algumas das opções de Serafim Venzon (SC), que também afirmou não ter sido avisado sobre sua expulsão. "Partido é como religião. Só saio se me jogarem oficialmente fora", declarou, logo após afirmar que ainda não estudou nenhuma das propostas que recebeu. Além deles, também foram punidos com a expulsão o governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira, e os deputados Wilson Braga (RO) e Vicente André Gomes (PE). Segundo a Comissão de Ética do PDT, todos cometeram transgressão gravíssima ao contrariarem orientação do partido, que fechou questão pela rejeição da emenda. Colaborou a enviada especial a Brasília Texto Anterior: Para economistas, reeleição não é panacéia Próximo Texto: BC inicia processo contra três corretoras Índice |
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