São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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A reforma que virá

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Se der mesmo a lógica, o governo vai aplicar outra sova na oposição nesta semana.
Os candidatos governistas vão ganhar as presidências do Senado e da Câmara, na terça e na quarta-feira, respectivamente.
Depois, a emenda da reeleição deve ser aprovada em segundo turno na Câmara. E no início de março FHC vai começar de fato o seu mandato.
Haverá apenas uma pendência, que será a aprovação da reeleição no Senado. Passada essa última fase, o presidente deve mexer no seu ministério.
FHC ainda não se decidiu, é claro. Mas deputados, senadores e políticos em geral só pensam nisso. As fofocas já começaram no Palácio do Planalto.
Pelo menos oito ministérios têm chances de mudança. São eles: Transportes, Ciência e Tecnologia, Administração, Trabalho, Agricultura, Irrigação, Relações Exteriores e Justiça.
O dos Transportes é considerado o mais querido pelos políticos. É ali que estão as verbas para produzir obras de efeito eleitoral. Quase uma dezena de políticos disputam a indicação.
No caso das pastas da Agricultura e do Trabalho, é certo que em uma delas pode haver mudança porque ambas são ocupadas por ministros do PTB. Ficou desproporcional a participação desse partido no governo.
Como FHC gosta dos dois atuais ministros, o que sair poderá receber um cargo importante no governo.
Não seria surpresa se Paulo Paiva (Trabalho) fosse convocado para assumir o BNDES, no lugar de Luiz Carlos Mendonça de Barros, atual presidente do banco.
Mendonça de Barros seria então deslocado para a presidência do Banco Central, no lugar de Gustavo Loyola -este último acabaria mesmo saindo do governo.
Tudo isso é especulação. Mas como essas especulações foram ouvidas de bocas muito poderosas, as chances de se concretizarem são grandes.
Tudo, é claro, se não houver surpresas na tramitação final da emenda da reeleição. Nem nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

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